Mulheres: comportamento e conhecimentos sobre literacia financeira

No Dia Mundial da Igualdade, que se assinala hoje, vamos descobrir as diferenças na literacia financeira dos homens e das mulheres.

A literacia financeira é a capacidade de uma pessoa compreender conceitos financeiros e usá-los para gerir as suas finanças. Os estudos mais recentes demonstram que as mulheres têm menor literacia financeira do que os homens num grande número de países de diferentes geografias, dos mais ricos aos mais pobres. Uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indica que mulheres jovens, viúvas, menos instruídas e de baixa renda são as que mais carecem de conhecimento financeiro, sendo que tendem a ser menos confiantes do que os homens quanto às suas habilidades financeiras e parecem ser menos interessadas nestas questões.

No que respeita ao comportamento financeiro, o mesmo estudo sublinha que as mulheres são melhores a manter as finanças controladas, mas podem ser mais vulneráveis quando necessitam de encontrar estratégias para fazer frente às despesas, poupar ou escolher produtos financeiros. A última constatação está em parte relacionada com as diferenças socioeconómicas entre homens e mulheres, em particular no que se refere ao grupo de rendimentos mais baixos, ou seja, “as fraquezas financeiras das mulheres relacionam-se com um menor acesso a oportunidades económicas e financeiras, bem como menor alfabetização financeira”.

“A falta de alfabetização financeira entre as mulheres e os mais desfavorecidos cria uma barreira de conhecimento, restringindo o seu bem-estar e os resultados que conseguem obter ao longo da vida”, pode ler-se no Gender Action Portal.

Em Portugal, o Relatório do 3.º Inquérito à Literacia Financeira da população portuguesa, do Plano Nacional de Formação Financeira Todos Contam conclui que os homens destacam-se nos conhecimentos financeiros, mas obtêm resultados menos favoráveis do que as mulheres nas atitudes financeiras como a gestão do orçamento familiar.
​​​​​​​INVESTIR EM PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Para combater as desigualdades, os decisores políticos e as organizações não governamentais (ONGs) investem significativamente em programas de educação para melhorar a literacia financeira. Apesar dos grandes investimentos, há poucas evidências sobre a eficácia de tais intervenções em países em desenvolvimento, acrescenta o Gender Action Portal. Um outro obstáculo relaciona-se também com a forma como os conhecimentos são transmitidos às populações adultas, que podem ter mais dificuldade em absorver conceitos teóricos ensinados através de métodos tradicionais. Uma abordagem alternativa será um ensino da literacia financeira mais prático relacionado com metas e ações, direcionadas a mudar os comportamentos financeiros, sem que exista um excesso de informação que pode ser contraproducente.

SUPERAR BARREIRAS RUMO À IGUALDADE

A Rede Internacional de Educação Financeira da OCDE (INFE) afirma estar empenhada em apoiar o empoderamento financeiro das mulheres, cooperando para formular políticas que permitam atender às necessidades das mulheres no que respeita à educação financeira. Estes conhecimentos podem ajudar as mulheres a superar as barreiras existentes para mais e melhores oportunidades, contribuindo para o seu bem-estar financeiro. Melhorar as estratégias das mulheres para lidar com questões financeiras previne o sobre-endividamento, auxiliando-as nos planos para a reforma e no apoio ao empreendedorismo feminino.

A OCDE/INFE desenvolveu orientações para o desenvolvimento e implementação de iniciativas de educação financeira para mulheres e meninas recomendando as seguintes linhas orientadoras:

• Identificar e ter em consideração as disparidades de género em oportunidades e resultados ao desenhar estratégias de educação financeira para a população em geral.
• Abordar a educação financeira das mulheres através das políticas existentes destinadas a melhorar a igualdade de género.
• Identificar as necessidades de mulheres e meninas em relação aos seus conhecimentos, confiança e estratégias financeiras, com foco particular na sua capacidade de fazer face às despesas, poupar, escolher e utilizar produtos financeiros e procurar informações e conselhos.
• Identificar e abordar as principais prioridades políticas e subgrupos-alvo entre as mulheres e meninas, dependendo das circunstâncias do país.
• Promover o envolvimento e a coordenação entre as partes interessadas relevantes, incluindo órgãos públicos, privados e civis com interesse em questões de género e literacia financeira.
• Identificar e abordar as barreiras que podem impedir as mulheres de obter uma melhor educação e literacia financeira, incluindo cultural, social e normas legais que reduzem as oportunidades das mulheres para aprender sobre assuntos financeiros, para adquirir habilidades financeiras e agir de forma independente.

Os profissionais da MaxFinance estão empenhados na igualdade de género e encontram-se disponíveis para o ajudar a esclarecer as suas dúvidas financeiras.