Sabe o que é a literacia financeira e porque é tão importante para a sua família?

O Dia do Pai está aí, recordamos o que é literacia financeira e as regras essenciais.

A literacia financeira é a compreensão dos conceitos básicos de finanças pessoais. Com ela sabe como criar e gerir um orçamento familiar e poupar para o futuro e para imprevistos.

À semelhança da tradicional literacia que dizia respeito à capacidade de ler e escrever como forma de adquirir conhecimento, tem vindo a ser adaptado a novas áreas do conhecimento.

É o caso da famosa a literacia digital (relacionada com as tecnologias de informação) e também da literacia financeira, relacionada com os conhecimentos relacionados com dinheiro e finanças pessoais.

1. O que é a literacia financeira?

A literacia financeira é então a compreensão dos conceitos básicos de finanças pessoais. Inclui as competências para criação e gestão de um orçamento familiar, de modo a identificar como poupar ou investir, pedir ou não crédito sem se endividar.

É então mais que controlar os gastos, mas antes conhecer o que se tem para prospetivar o futuro. E pode fazê-lo só, a dois, ou em família.

2. Quando devem as crianças e jovens tomar contacto com a literacia financeira?

Tão cedo quanto possível. Atualmente, nas escolas, há programas de literacia financeira adaptados às diferentes idades, desde o primeiro ano (antiga primeira classe) até ao 9º ano de escolaridade. A aquisição destas competências é fundamental para que as crianças e jovens saibam o que vão enfrentar durante toda a vida adulta.

3. Porque é importante para os adultos terem literacia financeira?

Com literacia financeira, consegue controlar melhor o seu orçamento doméstico:

- cortar em despesas desnecessárias;

- reduzir despesas demasiado elevadas.

- utilizar o que poupou para seu benefício em algo que merece.

Com o orçamento controlado e positivo, tem mais tranquilidade e menos stress. O que significa que estará liberto para descontrair e divertir-se, sem preocupações materiais.

Com literacia financeira, os custos são controlados, a poupança incrementada, os imprevistos acautelados.  Melhora a qualidade de vida.

A literacia financeira dá-lhe as ferramentas para planear o futuro, sem prescindir de uma vida cheia. E recorde-se que ao colocar o dinheiro a trabalhar para si – com juros compostos, por exemplo – está a reforçar a sua poupança e o seu futuro.

4. Por onde se deve começar? Pelo orçamento?

Precisamente, deve começar pelo orçamento familiar. Para lhe facilitar a vida, o programa Todos Contam, do Banco de Portugal já criou uma calculadora de orçamento familiar com os itens essenciais. Para uma primeira abordagem é o ideal, pois abarca a generalidade das despesas que as famílias habitualmente têm. Depois de experimentar, certamente quererá ir a maior detalhe. 

O orçamento permite que não se perca e é algo que evolui consigo. Quando mais detalhado e realista for o orçamento familiar, melhores serão as previsões.

Além de registar as receitas e ajudar a controlar as despesas, o seu orçamento deve ainda incluir as metas do mês, e os objetivos de poupança de longo prazo.

5. Como traçar objetivos?

Os objetivos são seus. Quer tirar férias? Quer um carro novo ou uma entrada para uma casa? Pretende que os seus filhos estudem na faculdade ou pretende voltar aos bancos da escola? Todos os objetivos são válidos para as suas poupanças. Naturalmente, não poderá conquistá-los todos de uma vez, mas com um orçamento organizado, o caminho está facilitado.

Um conselho dos especialistas em finanças pessoais é que deve poupar antes de começar a gastar as suas receitas. Acreditar que irá poupar o que sobrou no final do mês, em regra não funciona. Em qualquer dos casos, se consegue poupar, está no bom caminho, pois significa que ganha mais do que gasta.

6. Devo ter um fundo de emergência?

A resposta é inequivocamente sim, deve ter um fundo de emergência. O que consegue poupar deve, se possível, ser distribuído por várias aplicações. Tal como os ovos, não deve transportá-los todos no mesmo cesto, pois se o cesto cair, todos os ovos se vão partir.

Antes de mais, precisa precaver-se de algum imprevisto: desemprego, doença prolongada, acidente ou até mesmo para o caso de algum dos seus grandes eletrodomésticos ou carro avariar. Para o efeito, deve ter o seu fundo de emergência. Atenção que só deve mexer mesmo neste dinheiro se estiver numa aflição.

7. Como devo distribuir a minha poupança?

Consoante os seus objetivos de médio/longo prazo, deve distribuir a sua poupança por vários itens. Além das férias, carro ou casa, já referidos, deve começar, o quanto antes, a poupar para a sua reforma. A esperança média de vida continua a aumentar, bem como a idade da reforma e é precisamente quando vai precisar de mais cuidados de saúdes que terá um corte no seu rendimento. Antecipe-se.

8. Como investir o que sobrou?

Dinheiro parado perde valor, pelo que é recomendável que invista o dinheiro que poupa para que ele se multiplique. As opções são variadas e nada como a entidade financeira da sua confiança para se aconselhar. Dê ouvidos aos seus familiares e amigos que certamente querem que tenha um bom futuro. As taxas de juro atualmente estão baixas (o que é bom para quem tem crédito), mas poderá mudar em breve e tornar-se bom para quem tem poupanças. Pode optar por depósitos a prazo, certificados de aforro ou títulos do tesouro, fundos ou ações, apenas para citar alguns exemplos.

9. Também posso optar por crédito?

Com conta peso e medida. Se tem ou pretende comprar uma habitação própria é natural que necessite de recorrer ao crédito. Antes de mais deve analisar a ofertas de diferentes instituições financeiras e, em caso de pretender renegociar, considere as várias opções disponíveis no mercado: desde consolidação de créditos, a renegociação de prazos ou até mesmo mudança de banco. Neste caso deve sempre consultar a rede MaxFinance que o poderá ajudar, sem custos, em qualquer destas alterações.

Em caso algum se deve sobre-endividar. Em caso de dúvida, consulte a sua informação na Central de Responsabilidades de Crédito onde consta toda a informação sobre os créditos que possui. Este documento será também requerido por instituições financeiras quando solicitar crédito.

10. Devo contemplar os impostos e a segurança social no meu orçamento?

Sim, especialmente se trabalha por conta própria. Caso trabalhe por conta de outrem, o IRS e a Segurança Social são lhe descontados à partida, ou seja, não os chega a receber na sua conta. No entanto, se trabalhar a recibos verdes vai precisar contabilizar um determinado montante para a Segurança Social e também para o IVA.

Além disso, decorrente das suas propriedades poderá ainda ter de pagar impostos como o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI).

Quando investe, certifique-se também dos impostos cobrados.

11. Como falar de literacia financeira em casa?

A literacia financeira deve ser um tema de abordagem natural. Se todos estiverem envolvidos é mais fácil atingir os objetivos comuns. Assim,

- Fale sobre dinheiro em família;

- Incentive os mais novos a aprender e a questionar sobre literacia financeira;

- Tire partido dos recursos existentes, nomeadamente do Plano Nacional de Formação Financeira, criados pelos supervisores dos mercados financeiros: o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF);

- Aprenda e aplique os conhecimentos. Mais que falar sobre o assunto, é importante dar o exemplo aos mais novos.

- Partilhe em família os resultados conquistados (porque não pesar o mealheiro ou somar o montante guardado de seis em seis meses)?

- Mantenha-se atualizado. Neste artigo cingimo-nos aos conceitos mais básicos, mas está na altura de começar a explorar novas tendências de investimento como as criptomoedas. Com cautela.

Em suma, ter literacia financeira permite-lhe ter as contas controladas e estar mais tranquilo na relação com a sua família e amigos. Aproveite o Dia do Pai para abordar estes temas com os seus filhos. Façam planos em conjunto, em família, com o envolvimento de todos, será gratificante verem os objetivos a ser atingidos. ​​​​​​​